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Apple remove aplicativo que rastreia agentes do ICE após pressão do governo Trump

Por Priscylla Silva

A empresa alegou “riscos à segurança” dos agentes, mas desenvolvedores e ativistas denunciam censura e interferência política.

Um agente do ICE no Edifício Federal Jacob K. Javitz, na cidade de Nova York, em 10 de junho.Michael M. Santiago / arquivo Getty Images

A Apple removeu da App Store o aplicativo ICEBlock, usado para rastrear e compartilhar informações sobre a presença de agentes do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE), órgão responsável pela imigração nos Estados Unidos. A decisão veio após pressão direta do governo Donald Trump, que classificou o app como uma ameaça à segurança de agentes federais.

Segundo informações divulgadas pela Reuters, CNN e The Washington Post, o Departamento de Justiça dos EUA enviou notificações formais à Apple pedindo a retirada do aplicativo. A Procuradora-Geral, Pam Bondi, afirmou que o ICEBlock “colocava agentes em risco” e “incentivava a obstrução de operações legais de imigração”.

O que fazia o aplicativo

Lançado em abril de 2025, o ICEBlock funcionava de forma semelhante ao Waze: os usuários podiam reportar a presença de agentes do ICE em determinadas áreas, emitindo alertas que eram apagados automaticamente após quatro horas. O objetivo, segundo o desenvolvedor Joshua Aaron, era proteger comunidades imigrantes e permitir que pessoas sem documentação pudessem evitar áreas de fiscalização.

Com mais de um milhão de downloads, o app se tornou popular entre ativistas e grupos de defesa dos direitos de imigrantes. Aaron afirmou que o ICEBlock não armazenava dados pessoais e que todas as informações eram enviadas de forma anônima. Ainda assim, críticos apontaram riscos de falsos alertas e uso indevido das informações.

Pressão política e justificativas de segurança

O pedido de remoção partiu do Departamento de Justiça e contou com apoio da Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, que descreveu o aplicativo como “uma ferramenta que atrapalha a execução das leis de imigração e põe vidas em risco”.

Após semanas de pressão, a Apple confirmou que removeu o ICEBlock e outros aplicativos similares. Em nota, a empresa afirmou que a decisão foi tomada “com base em informações de autoridades que apontaram riscos à segurança pública”.

O episódio ocorreu poucos dias após um tiroteio em uma instalação do ICE no Texas, o que, segundo analistas, aumentou a sensibilidade do governo em relação à segurança dos agentes.

Reação do desenvolvedor e críticas de ativistas

O criador do aplicativo, Joshua Aaron, criticou duramente a decisão, acusando a Apple de ceder à pressão política.

  • “A Apple escolheu o lado da censura. Nosso aplicativo não incitava violência — ele apenas informava comunidades sobre possíveis operações de imigração”, declarou Aaron nas redes sociais.

Organizações como a Electronic Frontier Foundation (EFF) também reagiram, afirmando que a medida pode abrir precedente perigoso para o controle governamental sobre plataformas digitais. Segundo a EFF, a remoção “enfraquece a liberdade de expressão e o direito à informação”, especialmente quando se trata de monitorar o poder estatal.

Debate sobre liberdade e segurança

Especialistas em direito digital apontam que o caso reacende um debate antigo nos Estados Unidos: até que ponto as grandes empresas de tecnologia devem ceder às pressões governamentais?

Há quem argumente que proteger a segurança dos agentes é uma responsabilidade legítima. No entanto, outros enxergam a decisão como um ato de censura que silencia iniciativas civis voltadas à fiscalização das autoridades.

O episódio também lembra uma decisão semelhante de 2019, quando a Apple removeu o aplicativo HKMap, usado por manifestantes de Hong Kong para rastrear a polícia durante protestos. Na época, a empresa também alegou “riscos à segurança pública”.

Consequências e desdobramentos

A remoção do ICEBlock evidencia os desafios enfrentados por plataformas digitais diante da pressão política e da polarização nos EUA. Para grupos de defesa dos imigrantes, a medida deixa comunidades mais vulneráveis e sem ferramentas para se protegerem de operações surpresa do ICE.

Por outro lado, autoridades de segurança alegam que a decisão reforça a integridade das operações e evita que agentes sejam expostos a ataques ou emboscadas.

O caso levanta uma questão central sobre o papel das gigantes da tecnologia: até onde vai o dever de garantir segurança — e onde começa o dever de proteger a liberdade de informação?

//Com informações e fontes de: Reuters, CNN Brasil, The Washington Post, Gazeta News, Times Brasil e The Verge.

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