O governo Biden emitiu um comunicado na quinta-feira (15) informando que os preços listados de 10 dos medicamentos mais populares e mais caros do Medicare serão reduzidos em centenas, e até milhares, de dólares. Trata-se de um acordo histórico para o programa, que oferece cobertura de assistência médica para mais de 67 milhões de americanos idosos e deficientes.
Os descontos, acordados após meses de negociações com os fabricantes, variam entre 38% e 79% sobre o preço de tabela dos medicamentos, que é o custo do remédio antes da aplicação de descontos ou abatimentos – não o preço que as pessoas costumam pagar.
O Medicare gastou US$ 50 bilhões cobrindo os medicamentos no ano passado e é esperado que os contribuintes economizem cerca de US$ 6 bilhões com os novos preços, que vão entrar em vigor em 2026. Idosos poderão economizar até US$ 1,5 bilhão no total em medicamentos, segundo as autoridades.
Os preços recém-negociados afetarão o preço de medicamentos para controle de diabetes, câncer no sangue e prevenção de insuficiência cardíaca ou coágulos sanguíneos. Os remédios incluem os anticoagulantes Xarelto e Eliquis e os medicamentos para diabetes Jardiance e Januvia.
Os acordos se tornarão um ponto focal para a campanha presidencial da vice-presidente Kamala Harris, especialmente porque ela deu o voto de desempate para aprovar a lei.
Poderosas empresas farmacêuticas tentaram, sem sucesso, entrar com ações judiciais para interromper as negociações, que se tornaram lei em 2022, quando o Congresso controlado pelos democratas aprovou a Lei de Redução da Inflação (IRA), reformulando várias regulamentações de medicamentos prescritos do Medicare. Mas os executivos dessas empresas também deram a entender nas últimas semanas, durante as chamadas de resultados, que não esperam que as negociações afetem seus resultados financeiros.
As autoridades do setor farmacêutico criticaram a notícia da Casa Branca, afirmando que os custos da assistência médica serão repassados aos contribuintes de outras formas, como pela assinatura do Medicare.
“A Lei de Redução da Inflação, ironicamente chamada de Inflation Reduction Act, é um mau negócio que está sendo imposto aos pacientes americanos: custos mais altos, recusas de seguro mais frustrantes e menos tratamentos e curas para nossos entes queridos”, Steve Ubl, presidente da Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA).
No próximo ano, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos poderá selecionar outros 15 medicamentos para negociação de preços.
Fonte: ABC