Por Priscylla Silva
Um casal no Condado de Berkeley está atrás das grades por suposto tráfico e abuso sexual de uma jovem.
Uma investigação conduzida pelas autoridades da Carolina do Sul levou à prisão de um casal de Hanahan sob acusação de tráfico sexual e abuso de uma menor. Segundo o relato oficial, o caso envolve circunstâncias perturbadoras e provas documentais que apontam para um período prolongado de exploração.
O caso e as acusações
O Departamento de Investigação da Carolina do Sul (SLED) informou que os acusados são Filipe-Novais De-Oliveira, de 39 anos, e Lais Olivetti Silva, de 38 anos. Após solicitação da polícia local de Hanahan, agentes estaduais deram início às apurações.
De acordo com os mandados de prisão, Filipe enfrenta quatro acusações de conduta sexual criminosa com menor (entre 11 e 14 anos) e uma acusação de tráfico de pessoas menores de 18 anos. Lais responde por uma acusação de conduta sexual com menor entre 11 e 14 anos e uma acusação de tráfico de pessoa menor de 18 anos.
Registros prisionais mostram que o casal já estava detido desde 10 de junho, quando Filipe enfrentava acusações anteriores relacionadas à exploração sexual de menor, enquanto Lais constava em registros com acusação de negligência como responsável legal. Todavia, não é confirmado se esses casos anteriores são ligados ao caso atual.
Dinâmica dos crimes e provas reunidas
A vítima, em depoimento forense, afirmou que os abusos teriam ocorrido entre novembro de 2024 e junho de 2025, possivelmente com repetição diária. Ela relatou receber compensações em bens como perfumes, maquiagem e AirPods, além de valores monetários.
Mensagens de texto encontradas entre os acusados parecem confirmar a participação de ambos nas práticas ilícitas, descrevendo atos sexuais entre eles e com a vítima.
Registros bancários obtidos pela investigação indicam que Filipe efetuava pagamentos à Lais após cometer os abusos. Também há mensagens enviadas por Lais nas quais ela sugeria permitir que ele ficasse sozinho com a menor, desde que ele concordasse com cirurgias estéticas no corpo da criança (perfil estômago e mamas).
O caso será conduzido pela Promotoria do Nono Circuito (Ninth Circuit Solicitor’s Office). As investigações contaram com suporte da Força-Tarefa Tri-County de Tráfico Humano e da Investigação de Segurança Interna (HSI).
Ambos os acusados foram mantidos sem direito a fiança até o momento.
Confira o vídeo:
Reações locais e institucionalizadas
Até o momento, não há relatórios públicos de autoridades locais (prefeitos, delegacias municipais de Hanahan) divulgados nos veículos de imprensa nacionais ou regionais. O caso está sob responsabilidade da Promotoria do 9.º Circuito (Ninth Circuit Solicitor’s Office), que assumirá a condução das acusações.
Entretanto, há medidas recentes no estado da Carolina do Sul que indicam um movimento institucional de fortalecimento das proteções a vítimas de tráfico humano, especialmente menores.
Em agosto de 2024, o governador Henry McMaster sancionou a Lei S. 142, que instituiu o crime de child luring (aliciamento de criança) e ampliou a definição legal de tráfico sexual para incluir exploração de menores. Essa norma também permite que vítimas menores de 18 anos não sejam processadas por delitos não violentos cometidos em razão do tráfico, e concede possibilidade de expungement (limpeza de ficha) para esses casos.
Além disso, o estado já discute legislação complementar para assegurar que vítimas menores de 18 anos não sejam penalizadas por infrações menores sofridas durante o tráfico, reforçando a lógica de que devem ser tratadas como vítimas e não como cúmplices forçadas.
Esse contexto legislativo mostra que o Estado está tentando criar mecanismos para prevenir que vítimas sejam duplamente vitimizadas — primeiro pelo tráfico, e depois por acusações menores que lhes seriam imputadas em situações coercitivas.
//Fontes: WCIV; Live 5 news; SC Daily; Justice SCD