
O governo Trump sinalizou mudanças significativas no sistema legal de imigração dos Estados Unidos. Segundo Joseph Edlow, novo diretor do Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), a prova de cidadania americana será reformulada por ser considerada “fácil demais”, e o programa de vistos de trabalho H-1B deve passar por ajustes para privilegiar empresas que pagam salários mais altos.
Governo Trump anuncia mudanças na prova de cidadania dos EUA e no sistema de vistos H-1BEm entrevista ao The New York Times, Edlow afirmou que o teste atual permite a memorização fácil das respostas, o que, segundo ele, não está de acordo com o “espírito da lei”. Ele disse ainda que o USCIS pretende retomar o formato adotado em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, quando o número de perguntas aumentou de 100 para 128 e era necessário acertar 12 de 20 questões.
Desde 2008, a prova de naturalização foi padronizada, mas passou por mudanças ao longo dos anos. O governo Biden havia revertido as alterações mais rígidas em 2021 e descartado uma nova reformulação após críticas em 2024. Agora, o governo Trump quer retomar a versão mais exigente da avaliação.
Sobre o visto H-1B, usado por empresas para contratar profissionais estrangeiros qualificados, Edlow defendeu que o programa seja usado para **complementar**, e não **substituir**, a força de trabalho americana. Ele afirmou que o sistema atual, baseado em sorteio, favorece empresas que contratam estrangeiros por salários mais baixos. A ideia do governo é implantar um sistema de seleção “ponderado”, que dê preferência a ofertas com salários mais altos.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) e grupos de pesquisa como o Institute for Progress já haviam sugerido mudanças semelhantes, com o objetivo de atrair talentos mais escassos e qualificados. Especialistas, no entanto, alertam para possíveis efeitos colaterais, como o favorecimento de profissionais mais velhos ou a exclusão de recém-formados que buscam permanecer no país.
Ainda que a retórica do governo Trump insista em uma política de imigração restritiva, Edlow afirmou que a imigração pode beneficiar os Estados Unidos, desde que gerida de forma estratégica e em prol do interesse nacional.
Apesar dos planos, mudanças no teste de cidadania ou no sistema de vistos exigem a aprovação de outras agências ou até mesmo do Congresso, que atualmente discute propostas bipartidárias para reformar o sistema de imigração como um todo.
Fonte: Newsweek