Ao menos 72 pessoas morreram após chuvas torrenciais varrerem o sul e o leste da Espanha entre a segunda e a terça-feira (29), provocando inundações repentinas que deixaram carros, ruas e casas embaixo d’água.
Cerca de 2 mil soldados e equipes de resgate e segurança foram mobilizados para auxiliar operações emergenciais de busca, resgate e salvamento, principalmente na região de Valência — a mais atingida pelo que já é um dos piores desastres naturais a atingir o país em décadas e a Europa nos últimos anos. O governo espanhol decretou três dias de luto oficial, enquanto os trabalhos de busca continuam e autoridades locais e meteorológicas se preparam para possíveis novas enchentes em regiões como a Catalunha.
Quase todas as mortes confirmadas pelas autoridades até o momento — o serviço de busca segue mobilizado a procura de desaparecidos — ocorreram na região leste de Valência. A província vizinha de Castela-La Mancha também foi duramente afetada, com a confirmação de ao menos uma morte. Um conselho de ministros se prepara para declarar a zona uma área “altamente afetada por fenômeno natural” para facilitar administrativamente o envio de recursos, enquanto já estão sendo empregados na operação de resgate 344 veículos e helicópteros, além de um avião. Cães- farejadores também foram levados para a região para auxiliar o trabalho das equipes de emergência na localização de pessoas perdidas e de cadáveres.
A Agência Estatal de Meteorologia da Espanha (Aemet) emitiu, nesta quarta, alertas de novos temporais no nordeste e no sudoeste, com previsão de uma tempestade preocupante perto da cidade de Cádiz.
O governo regional da Catalunha também emitiu alertas para a população civil em um momento em que há previsão de mais chuva e foi registrado um aumento preocupante no volume do rio Ripoll e do riacho Rubí, que cruzam municípios da região de Barcelona. Autoridades alertaram para o risco de uma subida abrupta do nível das águas, pedindo que evitem deslocamentos para a região.
A catástrofe é a maior em número de vítimas na Espanha desde que uma enxurrada matou 86 pessoas e destruiu um camping na província de Huesca, em 1996.//GNEWS