No momento em que Genesse Ivone Moreno, 36 anos, entrou na Igreja de Lakewood, no Texas, no domingo, 11, à tarde e abriu fogo, ela já havia deixado um rastro de ida à polícia, registros judiciais e postagens nas redes sociais que deveriam ter levantado “bandeiras vermelhas”.
Apesar de possuir diagnóstico de transtorno mental, Moreno conseguiu comprar um rifle AR-15 legalmente. Ela foi morta pela polícia e seu filho de sete anos, que estava junto com ela durante o ataque, está em estado grave no hospital. Um outro homem de 57 anos também foi baleado, mas fora de perigo.
“Minha nora, quando tomava remédios para esquizofrenia, era uma mulher muito doce e amorosa”, escreveu Walli Carranza, sogra de Moreno, em um post no Facebook na segunda-feira, 12. “Mas a doença mental é uma doença real e quando os membros da família procuram proteções de emergência, não o fazem por si próprios, mas pela pessoa que está doente.”
Moreno nunca deveria ter sido autorizado a possuir armas de fogo, disse sua sogra. O Texas não possui nenhuma lei de bandeira vermelha – também conhecida como lei de ordem de proteção contra riscos extremos – que permitiria às autoridades retirar armas de uma pessoa considerada em crise.
“A culpa é dos serviços de proteção à criança do condado de Montgomery e do condado de Harris, que se recusaram a retirar a custódia de uma mulher com doença mental conhecida que não estava sendo tratada e do estado do Texas por não ter leis fortes de bandeira vermelha que a teriam impedido de possuir ou possuir uma arma”, escreveu Carranza.
Os investigadores ainda estão tentando determinar a motivação para o crime.
A atiradora foi casada com Enrique Carranza, que disse à polícia que “passou um processo de divórcio complicado”, que foi finalizado em 2022. Ele a descreve como “abusiva e violenta contra o filho do casal”.
“Assim que nos casamos, ela se tornou violenta. Quando ela foi diagnosticada com esquizofrenia, era uma batalha diária em casa, devido ao seu comportamento delirante”, disse o ex-marido.
Histórico de saúde mental
Moreno foi colocada sob ordem de detenção emocional em 2016. Ela tinha um histórico de saúde mental documentado pela polícia de Houston, disse Christopher Hassig, comandante da divisão de homicídios do Departamento de Polícia de Houston.
Em entrevista à KHOU, afiliada da CNN, Carranza disse temer que Moreno pudesse ser o atirador no momento em que ouviu a notícia. “Ela tinha um tipo específico de esquizofrenia que a tornou violenta”, disse Carranza. “Ela ameaçou o marido, meu próprio filho, e ainda não conseguimos intervenção.”
Segundo informações da ABC News, ela usava diversos nomes, inclusive “Jeffrey Escalante”, o que inicialmente causou a confusão de que ela seria transexual, mas as autoridades confirmaram que ela se identificava como mulher e não como homem.
Moreno, 36 anos, foi presa pela primeira vez sob acusação de contravenção em 2005. Nos 19 anos seguintes, ela teve contato semirregular com as autoridades. As acusações variavam de falsificação a agressão e roubo. Sua última prisão antes do tiroteio na igreja foi em 2022.
Fonte: CNN.