O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) informou nesta segunda-feira (24) que o novo coronavírus encontrado em morcegos não representa uma ameaça à saúde pública no momento. Até o momento, não foram detectadas infecções em humanos, segundo a agência federal de saúde.
“O CDC está ciente de uma publicação sobre um novo coronavírus em morcegos, mas não há motivos para acreditar que ele represente um risco para a saúde pública atualmente”, disse a agência em um comunicado. “A publicação menciona que o vírus de morcego pode usar uma proteína humana para entrar nas células em laboratório, mas não foram detectadas infecções em humanos.”
Pesquisadores chineses, incluindo cientistas do Instituto de Virologia de Wuhan e da Universidade Médica de Guangzhou, publicaram um estudo na revista Cell na última sexta-feira, indicando que descobriram um novo coronavírus em morcegos com o potencial de infectar humanos. O novo coronavírus foi denominado HKU5-CoV-2 e pertence à família dos merbecovírus, mesma família de outro coronavírus que infecta humanos, o conhecido Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS).
Em um estudo de laboratório, foi observado que o novo coronavírus tem potencial para entrar nas células humanas por meio do receptor ACE2, uma proteína na superfície das células. Esse é o mesmo mecanismo pelo qual o vírus causador da COVID-19 infecta os humanos, o que teoricamente significa que o novo coronavírus poderia representar um risco de transmissão para os seres humanos.
No entanto, os pesquisadores observaram que o novo coronavírus não entrou nas células humanas com a mesma facilidade que o SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19. Eles afirmaram que “o risco de surgimento em populações humanas não deve ser exagerado.” Nenhum dos estudos com animais realizados verificou a capacidade do vírus de causar doenças ou de se transmitir.
Caso o vírus venha a infectar humanos, os pesquisadores sugeriram que medicamentos antivirais e anticorpos monoclonais — proteínas produzidas em laboratório que imitam os anticorpos que o corpo naturalmente cria ao combater um vírus — poderiam ser eficazes.
Existem centenas de coronavírus circulando na natureza, mas apenas alguns podem infectar os humanos, causando desde infecções respiratórias leves até condições mais graves, como bronquite ou pneumonia. Entre os coronavírus estão algumas variações do resfriado comum, o vírus do MERS, o síndrome respiratória aguda grave (SARS) e o vírus causador da COVID-19.
Os pesquisadores ressaltaram que “os morcegos abrigam a maior proporção de coronavírus geneticamente diversos,” o que representa um risco de transmissão para os seres humanos.
Fonte: ABC