Um novo projeto de lei apresentado nesta terça-feira (15) no Congresso dos Estados Unidos propõe conceder status legal a imigrantes em situação irregular que vivem no país há mais de cinco anos. Batizada de Dignidade 2025, a proposta é assinada por duas congressistas latinas — a republicana Maria Elvira Salazar e a democrata Veronica Escobar — e tem como base um texto similar apresentado em 2023, ainda sem consenso no legislativo.
De acordo com o projeto, imigrantes que chegaram aos EUA antes de 31 de dezembro de 2020, sem antecedentes criminais, poderão se candidatar ao chamado “status dignidade”. Para isso, precisarão pagar US$ 7 mil (cerca de R$ 39 mil) em sete anos, trabalhar ou estudar por ao menos quatro deles e cumprir uma série de obrigações, como entrevistas periódicas com o Departamento de Segurança Interna. O status será renovável a cada sete anos, mas não abre caminho direto para a cidadania americana.
Quem aderir ao programa terá permissão para trabalhar e viajar legalmente pelo país, além de ficar protegido contra deportações — desde que mantenha as obrigações em dia. Os beneficiários, no entanto, não terão acesso a benefícios federais.
Um dos pontos de destaque do projeto é a possibilidade de regularização definitiva para os “dreamers” — imigrantes que chegaram aos EUA ainda crianças —, que poderão solicitar a cidadania americana.
A proposta surge em meio a uma nova ofensiva migratória liderada pelo presidente Donald Trump, que promete batidas recordes e deportações em massa. Segundo Maria Elvira, o projeto “não é uma anistia”, mas uma solução prática para um impasse que já dura quatro décadas. A última grande reforma migratória foi aprovada em 1986, ainda no governo de Ronald Reagan.
Fonte: G1