Saiba seus direitos: como se preservar como imigrante em meio às deportações nos EUA

Desde que assumiu seu segundo mandato em 20 de janeiro de 2025, o governo de Donald Trump intensificou as ações de deportação de imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Embora não haja números oficiais consolidados, relatos indicam que centenas de pessoas foram deportadas desde o início da nova administração. A maior operação de deportação dos EUA, que inicialmente focava em imigrantes indocumentados com antecedentes criminais, agora se direciona para todos os imigrantes em situação irregular, independentemente de terem ou não registros criminais.

Além disso, as operações de fiscalização foram ampliadas para locais anteriormente considerados “seguros”, como igrejas, escolas e hospitais, o que tem aumentado o alcance das autoridades de imigração. Com isso, qualquer pessoa que seja “suspeita” aos olhos das autoridades pode ser abordada por um oficial, mesmo que tenha seus documentos regulares. Nesse cenário, é fundamental manter a calma e se informar sobre a legislação e os direitos de cada indivíduo.

Para se proteger, brasileiros e imigrantes de outros países têm recorridos a aplicativos usados durante o primeiro governo de Donald Trump. Entre eles, o Padlet se destaca. Este aplicativo permite que imigrantes compartilhem informações sobre a localização de agentes de imigração em tempo real, funcionando de maneira semelhante ao Waze, mas com foco na localização de batidas do ICE (Serviço de Imigração e Fiscalização Aduaneira dos Estados Unidos).

Além do Padlet, imigrantes em diversas localidades têm encontrado outras formas de se proteger. Cartazes com números de telefone úteis em caso de detenções durante batidas são comuns, e associações de apoio à imigração estão trabalhando para criar serviços de alerta próprios.

As políticas de imigração atuais têm gerado um clima de medo, o que compromete a segurança pública e dificulta o acesso dos imigrantes a ajuda legal e social. Como se não bastasse, os imigrantes estão sendo alvo de uma nova ameaça: pessoas que se passam por agentes do ICE para explorar a vulnerabilidade da comunidade.

Em 29 de janeiro, em Charleston, Carolina do Sul, um homem foi preso por se passar por agente do ICE e detiver um grupo de latinos em uma estrada, fazendo comentários racistas e ameaçando as vítimas. O incidente foi filmado e viralizou, evidenciando o temor das vítimas diante das falsas autoridades e a insegurança que elas enfrentam.

Casos semelhantes têm ocorrido em outras partes do país. Em Filadélfia, um estudante da Universidade Temple foi acusado de tentar se passar por um oficial do ICE para entrar em um prédio universitário. Em Raleigh, na Carolina do Norte, outro homem foi preso por se passar por um agente do ICE e assediar sexualmente uma mulher, ameaçando deportá-la caso não obedecesse às suas exigências. Esses episódios demonstram a extrema vulnerabilidade da comunidade imigrante, constantemente alvo de impostores e estratégias de intimidação.

Diante desse cenário, é importante que todos os imigrantes estejam cientes de seus direitos. Segundo a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), todos que vivem nos Estados Unidos, independentemente de seu status imigratório, têm certos direitos garantidos pela Constituição:

  • Direito de permanecer em silêncio: Você não é obrigado a discutir seu status de imigração ou cidadania com policiais ou agentes de imigração sem a presença de um advogado. Qualquer coisa dita a um oficial pode ser usada contra você no tribunal.
  • Direito de recusar a revista: Se um agente de imigração pedir para revistar você, você tem o direito de dizer não. Agentes não podem revistar você ou seus pertences sem seu consentimento ou uma causa provável. Você também não é obrigado a abrir a porta se agentes de imigração aparecerem sem um mandado assinado com o seu nome e endereço.

Em um momento de insegurança, é fundamental que os imigrantes busquem apoio legal e comunitário para garantir seus direitos e se proteger. A luta por um ambiente mais seguro e respeitoso continua, e as organizações de direitos civis seguem trabalhando para criar condições mais seguras para todos.

//GNEWS

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